Seminaristas

Seminaristas.

A VIDA NA FAMÍLIA
Tenham vida e tenham em abundância. Queridos irmãos e irmãs, a palavra de Deus vem nos fazer um apelo para cuidarmos da vida. Sempre vai surgir aquela pergunta que nós já cansamos de escutar: Estamos dando valor na nossa vida e na vida da natureza que nos cerca.
Jesus nos pede para valorizarmos esse dom que ele nos deu, que muitas vezes não é respeitado por nós. Hoje se pensa em muitas coisas negativas como prostituição, sexo, que não levam a santificação do cristão. Quero também me referir a outro tipo de vida, a vida em família.
Percebe-se que na vida diária é tudo uma correria, assim os pais não conseguem dar atenção para os filhos e a desculpa é o trabalho que desgastam eles. E quando tem tempo para viver em família preferem ver novela ou fugir de casa, pois não conseguem viver com o outro.
Chega-se a uma conclusão. Se o pai ou a mãe não tem tempo para os filhos logo os filhos vão procurar a quem tem tempo para eles, e sabes quem tem tempo para o seu filho para ser babá dele, posso citar algumas companhias, por exemplo: as drogas as bebidas as prostituições e etc.
Por isso queridos pais, saibamos seguir o exemplo de vida da sagrada família de Nazaré, ai sim vamos construir um mundo melhor de se viver.
Família é uma pérola preciosa, por isso eduque essa pérola que você tem.
Aprenda a dar valor nessa vida.
Que Deus dono de nossa vida nos abençoe hoje e sempre.



SEMINARISTA ÉLISSON CUSTÓDIO BORGES.
23 de Maio de 2011.

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Acreditar no Evangelho para alcançar a salvação

No evangelho de Marcos 16, 15-18 lemos que Jesus da uma instrução aos seus discípulos, pede a eles para que preguem a boa nova do evangelho e batizem o povo, onde, todo aquele que acreditar será salvo e aquele que não acreditar será condenado.
Esta palavra é muito propícia para o momento em que estamos vivendo, mais do que nunca, nossas famílias, nossos jovens, nossa sociedade, precisa acreditar e buscar nas sagradas escrituras a luz para iluminar, a luz para conduzir e guiar seus passos.
Muitos dos problemas que estamos vivendo hoje em nossa sociedade são frutos do descaso e da renuncia da palavra de Deus.  Os ensinamentos das sagradas escrituras são trocados pelos ensinamentos do mundo, são trocados por ideais humanos, individualistas, consumistas, onde, a valorização do corpo e dos bens materiais está acima do ser humano que foi criado a imagem e semelhança de Deus, nos recordando São Paulo, que somos templo do Espírito Santo.
Ao darmos crédito a esses ensinamentos mundanos, nos distanciamos da verdade que nos liberta, da palavra que nos conforta, orienta, da força e nos salva, que é a palavra de Deus, manifestada nas sagradas escrituras.
Quantos problemas enfrentados hoje pela sociedade seriam resolvidos se a palavra de Deus fosse a fonte orientadora? Quantas famílias e jovens seriam restaurados se procurassem na palavra de Deus,a orientação para seus problemas e dificuldades?
Os evangelistas nos apresentam os passos da vida de Jesus.Apresentam que através de Jesus nós podemos chegar ao coração de Deus, nos mostram que pela nossa fé, em Jesus,  é possível vencer as dificuldades, alcançar curas, realizar o impossível, contudo, é preciso acreditar. Acreditar que a palavra de Deus é fonte de bênção e graça para nossas vidas, acreditar que em Jesus seremos santificados, acreditar que o sacrifício feito a Deus, será por Deus recompensado, acreditar que é possível um mundo diferente, que é possível restaurar os corações, que é possível a mudança de vida, para aqueles que se entregam a Deus através das sagradas escrituras.
Eis o apelo de Jesus para nós, que para alcançarmos a salvação, precisamos acreditar na palavra de Deus e fazer com que esta palavra seja a fonte de vida para nós, para nossas famílias e para nossa sociedade.
A paz de Jesus!
 Seminarista Mateus Réus dos Reis
Pelo Batismo recebi uma Missão!!!

Gabriel Dalmolin
Seminário de Teologia

Salve, salve caríssimos!
Com alegria, a pedido de meu amigo Sem. Maxssuél, escrevo este artigo para o blog da Paróquia São Miguel sobre este tema tão importante que é o Batismo.

Estimados internautas, a entrada na vida da Igreja se dá pelo sacramento do Batismo.
Mergulhados nas águas somos nascidos para uma vida nova: a vida em Cristo. “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
É comum encontrarmos nos cursos de preparação para o Batismo pessoas que pensam que o Batismo existe e é necessário para tirar cobreiro, não ir para o inferno, espantar mal olhado, não ficar doente, entre outras coisas. Pensa-se no Batismo com uma finalidade! “Eu batizo porque recebo algo em troca!”
Batiza-se com medo da morte ou então querendo reservar um lugar no céu! Não deveria ser assim! O Batismo é, acima de tudo, “adentrar na vida da comunidade”. E nesta comunidade, vivendo o meu Batismo e fortificado pelo sacramento da Crisma, ser testemunho para todas as pessoas para, depois sim, alcançar a vida eterna.
A maior propaganda missionária é o testemunho. São Paulo fala que “Anunciar o evangelho não é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1Cor9,16).
Quem faz a experiência de Cristo na sua vida, como Paulo, sente a necessidade inquietante de ir ao encontro do outro.
O grande objetivo da ação missionária é fazer Cristo ser conhecido por todos os povos. “Nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo” (DAp 29).
A Igreja é por essência ser missionária.
Seja qual for a vocação que escolhemos: familiar, laical, religiosa, missionária, sacerdotal, não esqueçamos que o pedido de Jesus é para todos: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19).





PELO BATISMO 

 “Confie no Senhor com todo o teu coração e Ele dirigirá todos os teus passos” (Pr 3,4-5)


·        Seminarista: Maxssuél da Rosa Mendonça

·        Naturalidade: Braço do Norte - SC

·        Paróquia de Origem: Paróquia Imaculado Coração de Maria – Lauro Müller

·        Data de Nascimento: 01 de fevereiro de 1986 - (25 anos)

·        Batismo: 16 de março de 1986

·        1ª Eucaristia: 16 de novembro de 1997

·        Crisma: 01 de abril de 2000

·        Ingresso no Seminário

- Seminário Nossa Senhora de Caravaggio: 24 de fevereiro de 2001

- Seminário Propedêutico São José (Cocal do Sul): 03 de março de 2004

- Seminário Filososófico de Santa Catarina (Brusque): 18 de fevreiro de 2005

- Seminário Teológico Bom Pastor (Florianópolis): 16 de dezembro de 2010



·        Estágios Pastorais

- 2005: Paróquia Santa Terezinha (Brusque) – Comunidade Planalto

- 2006 e 2007: Paróquia Dom Bosco (Itajaí) – Comunidade Itaipava

- 2008: Seminário Nossa Senhora de Caravaggio – Caravaggio - Nova Veneza

- 2009: Complementação nos estudos: Licenciatura em Filosofia

- 2010: Paróquia São Miguel – Vila Nova - Içara


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“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu quem vos escolhi e vos designei para dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça.”
                                                                                                                     (Jo 15,16a)


Sem. Maxssuél da Rosa Mendonça
Seminário Teológico Bom Pastor - Florianópolis


Caríssimos, com alegrias e esperanças estamos iniciando mais um mês!
O mês de agosto não é, como muitos pensam, o mês das superstições, das crendices populares, do desgosto, mas, para nós cristãos é o mês em que a Igreja nos convida a refletir de forma mais intensa sobre o chamado de Deus.
Providencialmente as sementes das vocações estão brotando em nossa Diocese: o número de seminaristas tem aumentado gradativamente, novas lideranças têm surgido em nossas paróquias, a fidelidade, a organização e o zelo de muitos padres têm chamado atenção. Tudo isso é visível e é resultado de uma vivência mais orante, de uma espiritualidade mais profunda, presente e incentivada a todos nós que formamos o povo de Deus na Diocese de Criciúma. Sem dúvidas, as vocações são uma resposta de Deus à uma comunidade que reza!
Durante este mês das Vocações, a cada final de semana voltaremos nossa atenção à uma vocação específica: sacerdotal, matrimonial (familiar), religiosa e leiga; não esquecendo obviamente, da nossa vocação universal: todos nós somos chamados à santidade.
Ao falar em “santidade”, tenho a impressão que esse tem sido um conceito descartado ou mal entendido por muitos. Quem é o homem santo? A mulher santa? E o jovem santo? Santo ou santa é aquele que é justo e, para ser justo, é preciso fazer a vontade de Deus. Por isso, ser santo hoje, ser santa hoje é saber ouvir a palavra de Deus e praticá-la! Essa é a nossa vocação, esse é o chamado que Deus nos faz: ser santo na condição que assumirmos para nossa vida. Seja como casados ou solteiros, lideranças engajadas ou simplesmente membros do Corpo de Cristo, Deus espera de nós uma resposta; não qualquer resposta, mas uma resposta de amor, ou como temos aprendido: “um sim para cada dia”.
Nesta breve reflexão, quero me ater às vocações sacerdotais. Primeiro, porque é o nosso “chão”; segundo, porque é o sonho de muitos seminaristas como eu dizer sim a Deus como padre para servirmos a Igreja onde for preciso; depois, é a nossa alegria poder falar de uma experiência de amizade tão sincera e forte que estreitamos com Deus, nosso primeiro e melhor amigo.
Diz o Papa Bento XVI que “o sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”. Particularmente, acredito que esse seja o melhor caminho para entendermos o que é a vocação sacerdotal senão um derramamento do amor de Deus por nossa humanidade.
“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi...”. A cada dia que passa, essa vai sendo a única certeza que vai sobrevivendo e se mantendo em nossa vida de vocacionados: Deus nos chama e nos escolhe por primeiro (“Desde o ventre materno eu te conheci...” Jr 1,5). Provavelmente surjam algumas dúvidas: Por que homens tão “fracos”? Pessoas tão limitadas? Jovens tão indecisos? Há tantos colegas mais preparados, desinibidos... ou: O Senhor tem certeza que foi a mim que chamou, será que não se enganou?
Tentativas de esquivos aparecerão, porém confirmam que realmente a vocação é mistério de Deus e não apenas mistério, mas graça e misericórdia. Somente um Deus misericordioso poderia confiar plenamente em nossa humanidade. O interessante é que esse chamado vai acontecendo, situações vão surgindo, sinais vão mostrando que Deus está nos chamando e que não adianta disfarçar. Mas como saber? Aprendi com meu orientador espiritual que um dos frutos do discernimento é a paz, ou seja, como saber se Deus está me chamando para ser padre? Percebendo se aquilo que faço na Igreja, na atividade pastoral, na ajuda aos que sofrem me traz paz. Se trouxer paz é sinal de uma vocação específica, é sinal do sacerdócio e esse sinal precisa ser rezado, cultivado, “podado”. Eis aí a grande orientação: encontrar a resposta através de uma vida de oração, de uma vida de intimidade com Deus.
Nessas últimas férias, visitando alguns parentes evangélicos, deparei-me com algumas perguntas que nos ajudarão na presente reflexão. Talvez sejam também o questionamento de muitos jovens ou as dúvidas de muitas lideranças: Como vocês querem ser padres se o padre não pode casar? Por que viver o celibato? Aquele padre “tá sempre de mau humor”, “é grosseiro” porque não casou, coitado, está na vocação errada!
Comumente ouvimos manifestações como essas. Com certeza, o coração de toda pessoa foi feito para amar, aliás, Emmanuel Munier, filósofo francês do século XX, numa reflexão muito interessante sobre o amor, diz que nos tornamos pessoas somente quando amamos (“amo ergo sum”). Esta verdade, a nossa fé confirma; todos nascemos do amor e para o amor; não somos apenas união de espermatozóide e óvulo, mas sonho e fruto do amor de Deus. Quem é chamado a ser padre é também chamado a exercitar e expressar o amor em suas atividades sacerdotais, seja em acolher as pessoas, nos gestos, nas orientações, nas visitas aos doentes, no zelo com os mais pobres, numa fala e num olhar misericordioso para com todas as pessoas; esse é o amor do Coração de Jesus!
Viver a castidade, consagrar a vida, dizer sim a Deus não são coisas fáceis, nem na compreensão e nem na prática, ainda mais no modelo atual de sociedade, mas Jesus prometeu duas coisas importantes e consoladoras: que estaria junto (“Eu estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos” Mt 28,20), e que não seria fácil segui-lo (“Se alguém quiser seguir-me, tome a sua Cruz...” Lc 9,23). Por isso, aprendi este pensamento e levo comigo: se não tem cruz, não é de Jesus!
O celibato não é uma imposição, mas deve ser uma consequência madura e consciente de uma opção que fazemos com Deus, por Ele e pela Igreja. É como se fosse a passagem de uma “vida de sentidos” para uma “vida de fé”. Quem entende isso? Somente quem tem fé, quem tem amizade com Deus!
O versículo termina dizendo “e vos designei para dardes frutos e que o vosso fruto permaneça”, ou seja, todos os complexos, os medos, as inseguranças que temos não impedirão o projeto que Deus tem e que nos chama a colaborar, isto é, se ele chama é porque acredita que há “frutos” naquele que foi chamado para alimentar a fome do povo, e os frutos são de acordo com os sinais dos tempos, são frutos que correspondem com as necessidades da atual evangelização. Interessante que Jesus diz “que o vosso fruto permaneça” e não “que o vosso fruto apareça”, isto é, somente na dimensão da humildade é que se entende o que Deus quer. Em outras palavras, somente quem é humilde consegue discernir em meio às diversas vozes e identificar o chamado de Deus.
Deus não exige nada do que não somos capazes. Para nos orientar, deixou um bom advogado, o Espírito Santo; como modelo de vocação, deixou-nos uma Mãe, Maria; como alimento para jornada, a Eucaristia; e como lugar para trabalhar, a Igreja.
Termino te fazendo um convite, meu irmão: Será que Deus não te chama para ser padre? Será que a tua felicidade não estará em servir os irmãos e irmãs como padre? Você que é jovem agraciado com tantos dons, tantos talentos, será que Deus não está esperando algo a mais de você? Pense nisso!
Rezemos juntos e que o Espírito nos ilumine.


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O dilema da “utilidade” na vivência cristã


Sem. Maxssuél da Rosa Mendonça
Seminário Teológico Bom Pastor



“Sendo próprio dos leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares,
eles são chamados por Deus para exercer o apostolado no meio do mundo [...]”.
Decreto Apostolicam Actuositatem, 02.
Concílio Vaticano II


Desde os primórdios da civilização, o ser humano busca conquistar seu espaço no universo: seja através da luta pela sobrevivência, seja na busca do conhecimento ou no domínio do poder, entendido nos mais variados sentidos possíveis. O homo sapiens sapiens[2] utiliza-se de todos os meios e capacidades para se firmar e auto-afirmar no contexto da existência humana.
Mesmo sem perceber e antecedendo a revelação cristã, é nítida, no ser humano, uma realidade teleológica, de que, tanto os povos antigos[3] quanto o “novo” ser humano moldado pela razão instrumental do Iluminismo, tem no seu íntimo uma força propulsora que o Cristianismo ajudou a desvelar: a prerrogativa da utilidade, não só em foro interno, mas de forma a poder contribuir com os seus contemporâneos, bem como com toda a humanidade. Tudo isso é evidenciado pelo incomensurável aparato cultural e científico deixado por todos os povos que precederam o homem da atualidade.
Em simples palavras, o que se intenciona dizer é que o pressuposto da “utilidade” é algo inerente à vida humana como todas as outras características que foram se agregando ao conceito antropológico (racionalidade, abertura à transcendência, comunicabilidade, emoção) no decorrer dos anos. Todo o ser humano com uma consciência psíquica sã gosta de sentir-se útil, de poder ajudar, planejar, contribuir, ou seja, sair da passividade para se tornar um sujeito agente, útil.
Diante desse contexto vivido, que cada vez mais é plural na linguagem e nas interpretações, e para que você compreenda onde queremos chegar, torna-se necessário esclarecer: a) o senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama, riqueza. Julga o útil pelo resultado visível das coisas e das ações[4]; b) num pensamento capitalista neo-liberal, o termo “utilidade” pode estar ligado a produção: ‘se isso não produz ou esse não produz, não é mais útil, pode ser descartado’; c) na revelação cristã, o termo pode estar ligado a ministerium, serviço; uma lógica diferente do pragmatismo incutido na mentalidade das crianças educadas por pais liberais e progressistas, no sentido estrito da palavra. Daí nasce o questionamento norteador: como entender e viver a utilidade cristã numa sociedade onde a lógica da cristandade cada vez mais perde seu espaço e é vista como retrógrada?
Visto isso, a perspectiva teológica e a nossa fé madura nos confirmam e ensinam que somos filhos e filhas de Deus, criados a sua imagem e semelhança (Gn 1, 26-27) e por isso temos uma missão de extrema relevância recebida da Trindade: viver como filhos e filhas de Deus, colocando-nos a serviço uns dos outros (“Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve” Mt 20,26) e fazer com que os outros percebam que também são filhos e filhas de Deus (“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura” Mc 15,15). Essa é a riqueza perene que toda pessoa recebe no Batismo, e por isso, o seguimento a Jesus Cristo interpela a viver evangelicamente a fé recebida, eis aí outro problema que observamos: dicotomia entre fé recebida e vivida, separação em participação da Sagrada Eucaristia – Missa – e vivência do evangelho no dia-a-dia, ou ainda, na Igreja me comporto de uma maneira e em casa ou no trabalho de outra completamente diferente.
Enquanto os alheios ao evangelho vivem a bel prazer, o cristão católico, que recebeu toda essa herança cultural de gerações, precisa discernir: se o “mundo” considera”útil” aquilo que pode trazer vantagem, no Cristianismo, o “útil”, ser útil, é saber seu lugar dentro do projeto do Reino, saber o seu lugar no projeto de Deus, enfim, descobrir como servir a Deus: o que Deus quer de nós e como responder a essa expectativa.
É comum em nossas paróquias, comunidades encontrarmos lideranças leigas que se frustram no exercício de seu apostolado: algumas por culpa dos reverendos que não são verdadeiros pastores, mas “parasitas da instituição”, outras por desentendimentos internos (fofocas, exibicionismo, monopólios, centralismos, ou como o próprio povo diz: “não sabem o que fazerm para aparecer mais e chamar atenção”). A todos nós a palavra de Deus exorta: “o maior dentre vós é aquele que serve”; ou seja, o caráter da “utilidade” é confirmado pelo serviço. Assim, analisando nossa organização eclesial litúrgico-pastoral, passando pelos nossos coroinhas, catequistas, ministros extraordinários da sagrada comunhão, ministros da palavra, do batismo, testemunha qualificada para o matrimônio, ministros da música, adoradores, legionários, missionários do dízimo, equipe de organização e limpeza, chegando aos presbíteros nos três graus da ordem..., na Igreja Ministerial da qual fazemos parte, todos podemos viver nossa identidade cristã, sendo útil naquilo que somos chamados a fazer.
Talvez seria ousadia dizer, mas é preciso: um trabalho pastoral na Igreja se sustenta e progride, somente quando se tem presente a “dimensão vocacional”: Deus nos chama. Se “eu liderança” tenho muito claro essa dimensão na minha espiritualidade pessoal, com certeza entenderei a utilidade na Igreja como “dar-se”, “entregar-se” para que Deus seja amado e louvado por todos.

Nesse sentido, ser cristão é saber ser útil. Há momentos que a comunidade precisa de você, e São Tiago lembra que “a fé sem obras é morta” (Tg2,26); noutros a sua “utilidade cristã” precisa estar voltada à oração (rezai uns pelos outros), à contemplação.
Se entre os apóstolos houve a disputa pelos primeiros lugares ou por quem era o maior (cf. Mt 20,26-27), conosco também há quando não existe seguimento verdadeiro. A conversão autêntica é aquela onde, com discernimento, sabemos a hora de agir (“Tudo tem seu tempo” Ecl 3,1), sabemos ser o fermento na massa para que o reino se edifique sob a verdade do Espírito Santo
Assim sendo, para nós cristãos, a “utilidade” precisa ser entendida não como o pragmatismo do século XIX que é maquiavélico, excludente e alienante, mas com os valores evangélicos deixados por Cristo a mais de 2000 anos e que muitos não entenderam ainda.
Pensemos nisto: fui batizado na Igreja Católica, confirmei que sou cristão, mas como vivo a minha fé hoje? Com os dons que Deus dispôs sobre a minha vida, ajudo a comunidade a crescer? Sou um caminho da bênção de Deus para as pessoas ou me “utilizo” da Igreja/Religião para a promoção pessoal?

Que a Mãe Maria, Auxiliadora e modelo de vocação, nos ajude em nosso processo de conversão e no caminho de santidade. Assim seja!




Florianópolis, 24 de março de 2011.